Casa passiva: definição e requisitos

Origem das casas passivas

A primeira norma de construção passiva foi estabelecida em 1988 pelo Prof. Bo Adamson e pelo Dr. Wolfgang Feist.
Como resultado desse trabalho, foi construído em 1991, em Darmstadt-Kranichstein (Alemanha), o primeiro edifício passivo do mundo.

Este edifício apresentou:

  • 90% de redução nos custos de aquecimento em comparação com as construções tradicionais;
  • Mais de 27 anos depois, continua a demonstrar a mesma eficiência energética que tinha quando da sua construção.

O que caracteriza uma casa passiva?

Os edifícios passivos aliam conforto térmico, qualidade do ar interior e baixo consumo energético.

À primeira vista, não é possível distinguir uma casa passiva de uma construção tradicional, pois trata-se de um padrão de desempenho energético, e não de um método construtivo específico.
Os edifícios passivos devem cumprir critérios rigorosos de consumo energético, mas os materiais e técnicas de construção (como concreto ou madeira) podem ser escolhidos livremente.

Uma casa passiva permite reduzir em 90% o consumo de energia para aquecimento em relação a um edifício convencional, e em cerca de 75% no caso de novas construções.

É um conceito aplicável em qualquer parte do mundo — já existem mais de 4.000 casas certificadas — e adequado a diferentes tipos de edifícios, desde residências até cinemas, escolas ou escritórios.
As técnicas de aquecimento e resfriamento são ajustadas de acordo com o clima local.

Um pequeno vídeo explicativo para compreender as casas passivas em 90 s.

E quanto à renovação de edifícios existentes?

Alcançar o padrão Passivhaus em projetos de renovação é um desafio, sobretudo pela dificuldade em eliminar todas as pontes térmicas e em isolar adequadamente o exterior.

Por esse motivo, foi criada uma versão específica do padrão para reabilitação, denominada EnerPHit (Energy Retrofit with Passive House Components), que apresenta:

  • Critérios de desempenho mais flexíveis, adaptados às limitações das construções existentes;
  • Garantia de qualidade para o proprietário durante o processo de modernização e melhoria energética da sua casa.

Princípios fundamentais de uma casa passiva

Os princípios essenciais de uma casa passiva incluem:

  • Isolamento térmico de alta qualidade em toda a envolvente exterior do edifício;
  • Caixilharias eficientes e vidros de elevado desempenho, preferencialmente certificados pelo Instituto Passivhaus;
  • Redução máxima das pontes térmicas;
  • Envolvente hermética, garantindo que o edifício seja estanque ao ar;
  • Sistema de ventilação mecânica controlada com recuperação de calor para assegurar conforto e qualidade do ar interior.

Critérios e requisitos técnicos de uma casa passiva

Para que um edifício possa obter a certificação Passivhaus, é obrigatório cumprir todos os critérios seguintes — caso contrário, o projeto não será elegível:

  • Necessidades de energia para aquecimento/arrefecimento ≤ 15 kWh/m².ano ou carga de aquecimento/arrefecimento ≤ 10 W/m².
    ➜ Numa casa convencional, o consumo é entre 60 e 150 kWh/m².ano, ou seja, 4 a 10 vezes superior ao de uma casa passiva.
    ➜ A carga máxima de aquecimento numa habitação tradicional é de 30 a 50 W/m² (cerca de 3 a 5 vezes superior).
  • Estanquidade ao ar (n50) ≤ 0,6/h.
    ➜ Numa construção comum, pequenas fissuras e aberturas podem equivaler a um buraco de 40×40 cm na parede.
    ➜ Numa casa passiva, a área total das fugas de ar é equivalente ao tamanho de uma moeda de €1.
  • Necessidades de energia primária ≤ 120 kWh/m².ano
    ou necessidades de energia primária renovável ≤ 60 kWh/m².ano.
  • Frequência de excesso de temperatura (acima de 25 °C) ≤ 10 %.

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